domingo, 1 de março de 2009

Eu me rendo

...Você não me conhece e eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza a você. Ao fim de tudo, você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não a mim. E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa. Você não tem um nome, eu tenho. Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções, mas a mentira da aparência do que eu sou é a mentira da aparência do que você é , porque eu não sou o meu nome e você não é ninguém.
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível de aproximação através da aceitação da distância e do reconhecimento dela. Entre eu e você existe a notícia que nos separa e eu quero que você me veja a mim. Eu me dispo da notícia e a minha nudez parada te denuncia e te espelha...
Eu me delato , tu me relatas... Eu nos acuso  e confesso por nós.  Assim, me livro das palavras com as quais você me veste.